Bem vindo ao blog Projeto Aviva ó Senhor!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não basta admirar a Jesus

Se Jesus quisesse enriquecer cobrando grandes somas pelos seus pródigos e curas milagrosas, teria sido o homem mais rico do mundo. Sem dúvida que multidões haveriam peregrinado de terras longínquas para receber cura, não importando o preço e nem o esforço. Outros, simplesmente teriam pago para presenciar o espetáculo. Não obstante, e longe de manifestar o mínimo deste mesquinho interesse, Jesus teve, ele mesmo, que pagar ainda com a sua vida por fazer gratuitamente estes favores aos homens, ensinando além disso, os seus discípulos a seguir este exemplo. Leia: ...eu vos dei o exemplo , para que, como eu vos fiz, façais vós também...Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. (João 13:15,17). 

Contrário aos ensinamentos de Jesus, muitos se enriquecem às custas do evangelho, outros torcem a interpretação das escrituras ensinando a buscar os bens materiais como a grande bênção de Deus, ignorando que esta não se mede pelos valores materiais, mas, espirituais e muitos aplaudem estas errôneas interpretações apoiados mais em sua própria ganância que na verdade das escrituras, segundo lemos: ...homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais... (1ª Timóteo 6:5). O que você acha? Isto foi somente para os primeiros cristãos, ou também para nós que alcançamos o final desta era? 
 
Jesus renunciou a tudo. ...sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo... fazendo-se semelhante aos homens (Filipenses 2:6-7). Para vir a este mundo, Cristo renunciou ao fato de ser Deus, mediante a operação de um dos maiores mistérios, segundo lemos: ...grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne... (1ª Timóteo 3:16). 

Despojando-se de seus atributos divinos se fez incrivelmente um ser mortal e disfarçado de homem viveu entre os homens, mas não o conheceram, devido aos seus pecados, segundo lemos: Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu (João 1:10). No mundo não buscou ostentação nem fama, coisas que os homens desejam, mas nasceu em um mísero estábulo de uma mísera aldeia. Os pais terrenos que escolheu para que fossem seus tutores não foram príncipes deste mundo, mas, pessoas muito simples e pobres. Também não se instruiu aos pés de nenhum sábio, estimando como superior o conhecimento de Deus. Quando escolheu discípulos, procurou gente simples e menosprezada pela sociedade, gente qualificada como vulgar.

 Depois disso, iniciou o seu grandioso ministério enfocando sua atenção principalmente nos pobres como a razão mais poderosa de sua missão. Leiamos: ...julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra... (Isaías 11:4). Sua principal caminhada era pelas aldeias, segundo lemos: e, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho e fazendo curas por toda a parte (Lucas 9:6). Isto não quer dizer que salvava a todos os pobres por serem pobres, mas, ensinava que dentre eles é que estão os mais necessitados de Deus a quem ele escolheria, como assegura a Palavra: ...Não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? (Tiago 2:5). 

Tiago, irmão de Jesus, na carne, impregnou neste livro o singular estilo de Cristo, de quem tinha a mesma doutrina à respeito dos pobres. Quem de verdade segue a Cristo? Um verdadeiro discípulo de Cristo não só admira o que ele fez, mas está disposto a imitar em tudo ao seu mestre, segundo lemos: Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou. (1ªJoão 2:6). 

Ainda que o mundo esteja cheio de admiradores de Jesus, a quem cantam e aplaudem, são muito poucos os que estão dispostos a imitá-lo efetivamente, como ensina o apóstolo Paulo: Sede meus imitadores, como também eu de Cristo (1ª Coríntios 11:1). Não basta, pois, falar da sua abnegação e renúncia, porque Ele quer o mesmo daqueles que os seguem: ...se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me... Pois que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?... (Mateus 16:24,26). Note que para alcançar a Cristo e a sua salvação tem que estar também dispostos a perder as glórias que este mundo oferece. 

Quando Cristo se referia aos ricos, dizia: ... quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! ...É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. E eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, salvar-se? (Marcos 10:23,25-26). Ainda que muitos tem pretendido diminuir o conteúdo destas palavras, note que mesmo os seus discípulos, sem ser ricos, disseram: quem poderá salvar-se? o que quer dizer que a inclinação de muitos para a ganância, o desejo de ter mais, é comum na raça humana. A quem observa Jesus Cristo? 

Os olhos de Jesus nunca se dirigiram as grandes cidades nem aos ricos, porque não necessitam de Deus. Os deuses deles são outros, segundo lemos: Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro... (Eclesiastes 7:12). Com respeito a ciência, disse: ...tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé... (1ª Timóteo 6:20-21) a respeito do dinheiro, disse: ...o amor ao dinheiro, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé... (1ª Timóteo 6-10). Note, que as duas coisas desviam os homens da fé. Resultou no surgimento antagônico de grupos cristãos que promovem o poder político e a prosperidade econômica como sinal da bênção de Deus. 

Sob este ponto de vista, tanto Cristo como Paulo e os demais discípulos, viveram debaixo de maldição, pois rejeitaram a glória dos homens para viver como pobres. Leia: ...nem ponham a esperança na incerteza das riquezas,... Que façam bem, enriqueçam em boas obras... para que possam alcançar a vida eterna (1ª Timóteo 6:17-19). Não basta somente admirar a Jesus, tampouco basta apenas entender a sua doutrina; é necessário seguir o seu exemplo, se é que valorizamos mais a vida eterna que a vida neste mundo.
Você entende?

—Autor desconhecido

sábado, 6 de novembro de 2010

Podemos esperar o avivamento?

Os dias da nossa civilização parecem estar contados. As causas que levaram ao declínio e queda do Império Romano foram descritas vividamente pelo historiador Edward Gibbon, como sendo amor excessivo do prazer e do lazer, altas taxas de impostos, grandes forças militares, ruptura da vida no lar, e decadência da religião. Todos estes fatores são visíveis hoje no nosso mundo.
A raça humana já viu nada menos que 20 civilizações aparecer e desaparecer na cena mundial. Nossa atual civilização moribunda não será nenhuma exceção a este ciclo. As civilizações nascem para morrer, e pode ser que a nossa já tenha passado do ponto de retorno.

Nosso Privilégio

Esta situação deveria levar os cristãos ao desespero? Pelo contrário, os cristãos podem muito bem dar graças ao Senhor pelo privilégio de viver nesta era, que pode muito bem ser a mais importante na história do cristianismo.

Somente quando o orgulho humano é humilhado, e a sabedoria humana reconhece sua falência é que os homens no seu desespero ficam prontos para receber Cristo na sua vinda. Enquanto o mundo entra no seu período de grande tribulação, conforme predito pelas Escrituras, os cristãos também serão testados, mas brilharão como nunca antes.

A Igreja do século XX tem vivido num estado de conforto e bem-estar totalmente estranho aos padrões do Novo Testamento, e conseqüentemente tem ficado morna e impotente. Perseguição e sofrimento têm o efeito de purificar a Igreja e de prepará-la para a vinda de Cristo. E quando a Igreja cair de joelhos em quebrantamento e arrependimento, então o fogo cairá!

Sim, estes dias com tantos sinais apontando a iminente volta do Senhor nos oferecem o maior encorajamento de esperar e buscar um avivamento mundial. Por que posso dizer isso?

Nossa Certeza

Tantos cristãos no mundo inteiro estão sentindo a profunda necessidade de um avivamento, e estão orando neste sentido. É o Espírito Santo quem coloca esta carga no nosso coração, e Deus sempre responde a oração que ele mesmo inspira, quando cumprimos as condições (Romanos 8.26,27).

Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja para destruí-la (Mateus 16.18). Os ataques satânicos contra a Igreja se multiplicam em todos os lugares, e sem um avivamento para fortalecer os cristãos nas perseguições vindouras, Satanás venceria. E sabemos que isto nunca poderá acontecer.

Esta ainda é a dispensação do Espírito Santo, e podemos esperar derramamentos do Espírito até os últimos dias antes da volta de Jesus. As profecias falam de avivamentos nos últimos dias. Atos 2.16 diz: "Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, do meu Espírito derramarei sobre toda a carne..." Isto foi parcialmente cumprido no dia de Pentecoste, mas seu cumprimento total virá em breve. A Igreja começou com avivamento e terminará da mesma maneira! Temos a promessa tanto da chuva temporã como da serôdia antes da volta do Senhor (Joel 2.23).

O avivamento é necessário para preparar uma Igreja mundana e apóstata para a volta do Senhor. Daniel 12.10 diz que nos últimos dias muitos serão purificados, isto é, feitos santos. Quão poucos hoje são puros e santos! Se muitos serão purificados, então teremos de ter um avivamento. O avivamento certamente virá! A pergunta é: Como?

Adiando o Juízo

Quando o avivamento vier, não salvará a civilização, que já está corrupta e endurecida demais. Mas salvará muitas almas! Paulo, como prisioneiro a caminho de Roma, não tentou salvar o navio, pois sabia que estava condenado. Mas Deus lhe prometeu que as pessoas que estavam nele seriam salvas (Atos 27. 22,24).

O navio da civilização está caminhando para as rochas do naufrágio. Não devemos perder tempo tentando salvá-lo, mas antes devemos buscar a salvação de almas! Os avivamentos realmente afetam apenas uma minoria. A maioria os rejeita e endurece o coração. Jesus não tentou salvar a civilização do seu tempo, e nem os apóstolos. Sua única paixão era ver a salvação das almas. E esta deve ser a nossa também.

Embora o avivamento vindouro não salvará a civilização corrupta, poderá adiar sua destruição inevitável, a fim de que milhões de pessoas no mundo inteiro possam ser salvas antes do Senhor vir em juízo.

O avivamento no dia de Pentecoste, no ano 29, não impediu a destruição de Jerusalém e da nação dos judeus no ano 70. Mas pode ser que a tenha adiado. Se o derramamento de Pentecoste não tivesse ocorrido, a destruição de Jerusalém poderia ter vindo vinte ou trinta anos antes. Aquela poderosa visitação do Espírito amarrou as forças do mal, e deu um espaço para que milhares pudessem ser salvos.

A Igreja estava tão firmemente estabelecida que o fim da nação dos judeus não resultou no fim da Igreja, assim como o fim do Império Romano também não acabou com o cristianismo. Sabemos, também, que o fim da nossa civilização atual, agora tão iminente, não será a morte da Igreja, mas o seu dia de coroação!

Os avivamentos do rei Ezequias em 678 a.C., e do rei Josias em 624 a.C., também não salvaram Judá do cativeiro, mas deram um intervalo de 150 anos durante os quais o profeta Isaías e outros receberam as gloriosas profecias que fortaleceram os judeus no cativeiro e ainda nos inspiram hoje. É possível que o avivamento final tenha o mesmo efeito.

Sinais do Avivamento

Ficamos desanimados ao ver que os verdadeiros cristãos são uma minoria tão pequena. Mas não deveríamos ficar. Pois é através desta minoria que Deus certamente operará!

Com a maldade crescendo cada vez mais entre a maioria, há uma fome cada vez maior por um avivamento entre a minoria. Este crescimento em paralelo de maldade e santidade foi predito pelo profeta Daniel que declarou: "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados, mas os ímpios procederão impiamente".

Claramente, o ritmo mais acelerado e a pressão da maldade estão empurrando a minoria de cristãos consagrados em todas as denominações para mais perto de Deus, e para mais perto uns dos outros. O Espírito de Deus está agindo em resposta ao clamor dos corações dos crentes preocupados!

Quando a perseguição ou tribulação começar a afetar a Igreja, esta pressão poderá ser a faísca do avivamento mundial, assim como a compressão crescente no motor a diesel fornece o calor necessário para liberar a poderosa explosão que movimenta o trem irresistivelmente para frente.

Evidências do avivamento vindouro incluem os diversos movimentos para distribuição das Escrituras, que está agora em dimensões sem precedentes. O Evangelho está chegando ao mundo inteiro através de estações de rádio de grande potência. Tem havido um grande crescimento no número de livros cristãos, de filmes e gravações.

Reuniões de oração estão sendo realizadas pelo mundo inteiro, em números sem precedentes. Os leigos estão participando cada vez mais da liderança. Estão levando o desafio do cristianismo a cada vocação na vida, e estão alcançando pessoas que não freqüentam igrejas. Os jovens também estão exercendo um papel mais importante neste surto recente da fé. Estas e muitas outras manifestações do Espírito de Deus surgiram nas últimas décadas, de forma que há muito mais atividade evangélica e missionária hoje do que sessenta anos atrás.

A Responsabilidade de Deus

Deus nunca permitirá que sua Igreja expire. Vez após vez, a Igreja esteve no leito da morte, e os críticos estavam dispostos a enterrá-la. Mas a Igreja tem ressurgido, levantando-se do seu leito para enterrar seus críticos. Quanto mais ímpia uma geração se tornar, mais seguros podemos estar de que o avivamento está a caminho!

Não devemos cometer o erro de pensar que o próximo avivamento será como o último, ou como qualquer outro avivamento passado. O mundo mudou, as condições mudaram, o avivamento que virá será apropriado para resolver as novas condições.

Por todos os lados, vemos a angústia e perplexidade das nações, como previsto pelo nosso Senhor (Lucas 21.25). A soberania de Deus não pode ser negada. Seus propósitos não podem ser derrotados. Tomemos coragem, e acreditemos que as gotas de misericórdia que já estão caindo possam se transformar em chuvas de bênção e até na inundação do maior despertamento espiritual do mundo!

Nossa Responsabilidade

Qual é então a nossa responsabilidade como cristãos?

Primeiro, garantir que estamos em prontidão espiritual para a volta do Senhor. Isto significa abrir-nos completamente para a habitação do Espírito Santo e para seu poder.

Segundo, orar para o avivamento, até que o Espírito seja derramado em tal medida que o primeiro Pentecoste pareça muito pequeno em comparação.

Certamente, não devemos ficar perturbados. As dores terminais da nossa civilização serão as dores de parto do Reino que virá, aquele Reino cuja vinda deve fazer parte da nossa oração diária. Que glorioso seria se pudéssemos estar vivos para ver tudo isto acontecer!

Este artigo foi publicado numa edição antiga do ARAUTO DA SUA VINDA, em inglês. O Major Allister Smith, já falecido, era do Exército de Salvação.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Descansando na obra de Cristo

                          Por David Cruz

Uma das maiores verdades do evangelho é a justificação pela fé. Foi ela que deve ter levado Paulo a ficar no deserto da Arábia por três anos antes de iniciar o seu grandioso ministério entre os gentios (Gl1: 15-18); que fez com que fanáticos sacerdotes obedecessem a Cristo (At 6;7) e que  acendeu a chama da reforma protestante no coração de Lutero. 

Foi também esta mesma verdade que encheu o coração de John Wesley de paz e segurança quando ele se sentia perdido e sem salvação.

Ser Justificado por Deus é ser declarado justo. É ser visto por Ele como se nunca tivéssemos cometido pecado algum. É nesta bendita verdade que repousa o evangelho. Porém, por um estranho motivo, nós que recebemos está maravilhosa verdade, corremos o risco de perdê-la de vista com o passar do tempo; quando deixamos de nos apoiar somente no que Cristo fez na cruz. 

Desde que “saímos” do Éden procuramos obter paz em nosso coração sem saber como. “Estamos perdidos”, afirma Eugene Peterson, “desde que saímos do Éden, vagueando pelo mundo, procurando nosso lar e, enquanto essa busca se desenrola, nos sujando muito.” (¹) Procuramos ter contato com alguma religião ou com programas  de autoajuda que “garantam” paz interior; como se precisássemos  fazer as pazes com nós mesmos.  Mas o evangelho nos mostra que é com Deus que temos de  fazer as pazes em primeiro lugar (2Co 5:20).

Por causa do pecado, nos tornamos completamente ofensivos a Deus. Como disse Erwin Lutzer: “somos uma ofensa à sua santidade”. (²) E isto nos torna merecedores de morte; porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).  

Esta verdade é tão real, que, no Antigo Testamento, Deus se relacionava com o povo mediante sacrifícios.  Desde o começo, Deus trabalhou com sacrifícios para mostrar ao homem que o pecado exige sacrifício inocente como substituto para o culpado. 

No Éden, quando o primeiro casal pecou, descobriram que estavam nus. Por isto, tentaram cobrir sua nudez com aventais feitos de folhas de figueira (Gn 3:7). Deus, no entanto, providenciou para eles roupas de peles e os vestiu (Gn 3: 21). 

A interpretação bíblica sobre este versículo sugere que algum animal teve de morrer. Isto prova que houve um sacrifício.  Assim, Deus continuou a se relacionar com o homem por meio de sacrifícios. Mas estes sacrifícios eram todos temporários; não satisfaziam a Deus por completo; porque, como o primeiro pecado aconteceu na esfera da eternidade, era necessário um sacrifício que valesse por toda a eternidade. O que aconteceu? Deus em Cristo sacrificou-se a si mesmo: 
“nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9:12). 

“ isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...” (2Co 5:19).

Nas palavras de Erwin Lutzer: “Isto significa que somente Deus pode suprir o sacrifício que Ele mesmo exige. Esse é o significado do evangelho: Deus satisfaz seus requisitos com relação a nós”. (³) 

Aquele que procura ser justificado (aceito) diante de Deus por seus esforços  em santificar-se, sempre sentirá que falta alguma coisa ainda a ser feita. E se  conseguir sentir-se “satisfeito” por algum momento, tudo isto resultará em orgulho. Somente Cristo conseguiu satisfazer as exigências de Deus:


"O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento prosperará, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si." (Is 53:11)


Por outro lado, aquele que busca ser justificado pela fé, viverá satisfeito porque repousa na obra de Cristo: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1). Ele crê que Deus só aceitou Cristo como pagamento perfeito pelo pecado. Repousa em Cristo, porque sabe que em si mesmo está falido; então se apega somente àquele que pode tirar pecado.
Se você crê que não tem nenhuma chance de ir para o céu, se não, pela graça de Deus; se você se apoia completamente nesta verdade quanto sua salvação, então você está descansando na obra de Cristo.

"e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem pela lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber; a justiça que vem de Deus pela fé" (Fp 3:9). 


Um grande abraço e até a próxima! 

Notas:
(¹) O caminho de Jesus e os atalhos da igreja, Eugene Peterson, pg. 160
(²) 10 Mentiras sobre Deus, Erwin Lutzer, pg. 53
(³) 10 Mentiras sobre Deus, Erwin Lutzer, pg. 54

sábado, 25 de setembro de 2010

Será que sabemos o que é avivamento?

Qual o padrão bíblico de avivamento? Os avivamentos bíblicos oferecem alguma coordenada para a renovação da igreja hoje?

Estas são algumas das perguntas que procuraremos responder no decorrer desse texto.

O significado bíblico do termo "Avivamento":
No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa.

O verbo "avivar", em suas várias formas, é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos são as orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6), e da oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso ou no meio dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).

No Novo Testamento:
Temos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. Que São: ‘egeíro, ‘anastáso, ‘anázoe e ‘anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. ‘anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. ‘anaphállo em Fp 4.10).

No Novo Testamento grego as palavras aparecem no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma possível explicação para tão poucas vezes aparecerem os termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo vive apenas uma geração, durante a qual a Igreja desfrutou, na maior parte do tempo, uma vida espiritual quase que igual.

O que não é avivamento.
Antes de falarmos sobre avivamento bíblico, propriamente dito, eu acho ser de grande valia falar-mos, um pouco sobre, o que não é o padrão teológico de avivamento.

Avivamento não é um programa agendado pela igreja. (tal dia o fulano de tal virá avivar a nossa igreja)
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamentos. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode caminhar em direção a esse vento.

A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho. O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem oração da igreja, o fogo de Deus não descerá. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é soberano.

Avivamento não é mudança doutrinária.
Cometem engano aqueles que querem deixar de fora a teologia bíblica e desprezar o ensino na busca do avivamento. Desprezar o ensino é destruir os alicerces da vida cristã. Desprezar o ensino é querer levantar uma construção sem o fundamento à base. Desprezar o ensino é querer por um corpo de pé e em movimento sem os ossos.

Não há vida avivada sem conhecimento de Deus. O ensino é à base da ética. A teologia é mãe da ética. "Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é" (Pv 23.7).

Vida sem disciplina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar embasado nas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro dos ditames da Bíblia e não dentro das revelações subjetivistas, muitas vezes feitas na carne.

Avivamento não é mudança litúrgica apenas.
Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental. Louvor não é encenação. Não é ritualismo. Não é emocionalismo. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é pululância, e dança apenas. Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. A Bíblia ordena levantar mãos santas ao Senhor, num gesto de rendição e entrega. Louvor em que à pessoa apenas pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvor que apenas diz coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor.

Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor: "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras" (Am 5.23).

Existem por aí os show-men, os animadores, das músicas por um ritmo que às vezes provoca a sensualidade. O louvor que agrada a Deus precisa ser em espírito e em verdade. O louvor precisa ser bíblico, senão é fogo estranho. Davi, no Salmo 40, versículo 3, fala-nos sobre louvor que agrada a Deus: "E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão estas coisa, temerão e confiarão no Senhor". Primeiro, vemos a origem deste cântico: "E me pôs nos lábios". Este louvor vem de Deus e não do homem. Segundo, vemos a natureza deste cântico: "E me pôs nos lábios um novo cântico". Não é um novo de edição, mas novo de natureza. É um cântico que expressa o testemunho uma nova vida, liberta do tremendal de lama (v2). Terceiro, vemos o objetivo deste cântico: "... Um hino de louvor ao nosso Deus". Este cântico não é para entreter ou agradar o gosto e preferência das pessoas. Este cântico vem de Deus e volta para Deus. Deus é o seu alfa e o seu ômega. Quarto vemos o resultado deste cântico: "Muitos verão estas coisas, temerão e confiarão no Senhor". O louvor bíblico leva as pessoas a temerem a Deus, a confiarem em Deus. O verdadeiro louvor leva as pessoas a se voltarem para Deus.

O louvor não é um espaço da liturgia. Louvor é a totalidade da vida. "Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios" (Sl 34.1).

À luz destas coisas, é preciso dizer que avivamento não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura adorador.

É preciso dizer que, embora o avivamento não seja mudança de liturgia, todo avivamento mexe com a liturgia. O avivamento acaba com a liturgia ritualista, cerimonialista, formalista, fria e morta e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há liberdade do Espírito, sem abandonar a ordem e a decência. Em épocas de avivamento, a liturgia é dinâmica e o povo com alegria e liberdade do Espírito adora a Deus, em espírito e em verdade, sem regras rígidas pré-estabelecidas. Cada culto é um acontecimento singular, novo, onde há abertura para o que Deus deseja fazer com o seu povo. Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo avivamento muda a liturgia, tornando-a bíblica, alegre, ungida, dirigida pelo Espírito de Deus.

Avivamento não é uma ênfase carismática.
Muitas pessoas estão limitando o avivamento a milagres, curas e exorcismos e até espiritismo, sem observarem a abrangência da doutrina pneumatológica. Este é um sério perigo. Toda vez que super-enfatizamos uma verdade em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta verdade.

Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão. Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o que Ele pode e o que Ele não pode fazer. Ninguém pode por obstáculo nem ensinar-lhe qualquer coisa. Ele faz tudo quanto Ele quer, como quer, onde quer, quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). Ele não obedece à agenda dos homens. Ele não se deixa pressionar. Ele é livre.

Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A corrida não deve ser atrás de sinais e sim atrás de santidade. Há mais empolgação com milagres do que com vida cheia do Espírito.

Avivamento não é um calor carismático. Uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. Avivamento não é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelo fruto do Espírito.

A igreja de Corinto possuía todos os dons, no entanto, era uma igreja sem maturidade espiritual. Naquela igreja profundamente carismática, havia divisões, cismas, brigas, partidos, contendas, imoralidade e irmãos levando outros irmãos aos tribunais. Havia falta de compreensão acerca da liberdade cristã. Naquela igreja a ceia do Senhor estava sendo uma bagunça, os dons estavam sendo usados erradamente, ou seja, não tinha fruto.

É verdade que, em épocas de avivamento, os dons são buscados e exercidos para a glória de Deus e a edificação da igreja, mas a ênfase carismática não é sinal de avivamento.

Avivamento não é modismo.
Muitos crentes, por desconhecimento, se posicionam contra o avivamento porque acham que ele é a mais nova onda da igreja. Acham que avivamento é uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.

Certamente, aqueles que assim pensam não estudam com critério a Bíblia nem a história da igreja. Os pontos culminantes da igreja aconteceram em épocas de avivamento. Desde o Antigo Testamento que esta é uma verdade incontestável. É só olhar para os grandes despertamentos na época de Ezequias, de Josias e de Neemias. É só ver o grande avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. É só ver o que Deus fez na Reforma do Século XVI, na Inglaterra, no século XVIII e em outros grandes avivamentos da história. Certamente, avivamento não é uma onda, não é um modismo e falar em línguas. Ele possui firmes bases históricas. Ele é nossa herança e nosso legado e deve continuar sendo nossa aspiração e nossa busca constante.

Avivamento não é uma visão dicotomizada da vida.
Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento, saem da realidade e enclausuram-se de uma espiritualidade isolada. Tornam-se tão "espirituais" que já não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazendo da vida uma fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do mal. Dividem a vida entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e espírito. Acham que Deus está interessado apenas na sua alma. Acham que Deus só olha para a vida de trabalho na igreja, sem observar os negócios, a família, o trabalho, os estudos e a vida do dia-a-dia com o mesmo interesse.

Esta não é a visão bíblica nem a visão do verdadeiro avivamento. Tudo em nossa vida deve ser sagrado. Toda a nossa vida é cúltica. Todo o nosso viver é litúrgico. O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo em que pregou sobre avivamento. Finney pregou contra a escravidão nos EUA no século passado ao mesmo tempo em que foi o maior avivalista do seu país. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento sempre traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao enfrentamento.

O Padrão Bíblico de Avivamento:
Podemos definir o avivamento bíblico em dois sentidos distintos:

O sentido estrito de avivamento.
Estritamente falando, avivamento é algo que acontece unicamente no meio do povo de Deus. O Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja sonolenta. É revitalização onde já existe vida. Ou, é “o retorno de algo a seu verdadeiro propósito”.

Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.

O sentido amplo de avivamento.
Como a própria expressão define, neste sentido não apenas a igreja, mas a sociedade não-cristã também é beneficiada pelo avivamento. Isto acontece porque, além da atuação soberana do Espírito Santo no mundo, na igreja passa a existir uma conscientização profunda de sua missão; isto é, a missão integral de servir o mundo evangelística e socialmente. No avivamento a igreja vive a missão para a qual foi chamada.

Em suma, as duas características principais do avivamento são 1- o extraordinário fortalecimento da igreja e 2- a conversão de multidões que até o momento estiveram fora dela na e no pecado.

Avivamento e a Bíblia.
O padrão bíblico de avivamento é a Bíblia.
Por mais simplista que seja esta declaração pareça ser, ela é autêntica. Estamos falando do único padrão inerrante de avivamento: a Bíblia.

Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. As relações entre a Bíblia e o avivamento são tão ligadas que é impossível um avivamento de verdade sem que a Bíblia faça parte dele.

Além disso, numa época de tantos extremos como este em que vivemos, é fundamental o equilíbrio que só a Bíblia oferece. Sabemos que existem desde aqueles que vêem toda e qualquer manifestação entusiástica como avivamento, até àqueles que não vêem nada, ou quando muitos acham que avivamento é a mais nova onda do momento, coisa moderna, uma inovação humana sem respaldo bíblico. É necessário, mais do que nunca, recorrermos à lei e ao testemunho.

Voltando ao lugar da Bíblia no avivamento, é importante salientar que ela foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia. Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia. Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo convencional.

O padrão bíblico de avivamento está na Bíblia.
Os primórdios do avivamento bíblico aparecem em Gênesis. Segundo Coleman, o que se pode chamar de "o grande despertamento geral" ocorreu nos dias de Sete, pouco depois do nascimento de seu filho Enos: "Então se começou a invocar o nome do Senhor" (Gn 4.26) (12). O nome Enos quer dizer fraco ou doente. O que é deveras significativo. Considerando o assassinato de Abel (Gn 3.9-15) e o aparecimento cada vez mais forte de doenças na raça humana, o nome Enos era bastante adequado. "É provável que fosse um reflexo da consciência da depravação humana e da necessidade da graça divina" (13). À parte desta indicação não existe nenhum outro relato de avivamento no princípio da história da raça humana. O relato subseqüente do dilúvio ilustra de modo dramático o que acontece com um povo que não se arrepende de seus pecados.

Depois temos os patriarcas que por vários séculos lideraram o povo de Deus. Sempre que a vitalidade espiritual do povo se desvanecia, eles agiam como a força que promovia novo vigor. O breve avivamento na casa de Jacó é um bom exemplo disso (Gn 35.1-15). Mais tarde, sob a liderança de Moisés, há períodos empolgantes de refrigério, especialmente nos acontecimentos ligados à primeira páscoa (Ex 12.21-28), na outorga da lei do Senhor no Sinai (Ex 19.1-25; 24.1-8; 32.1-35.29) e no levantamento da serpente de bronze no monte Hor (Nm 21.4-9).

No tempo de Josué um despertamento espiritual predominou em suas campanhas, como na travessia do rio Jordão (Js 3.1-5.12) e na conquista de Ai (Js 7.1-8.35). Mas quando terminaram as guerras e o povo se assentou para desfrutar os despojos da vitória, uma apatia espiritual se apoderou da nação. Sabendo que seu povo estava dividido, Josué reuniu as tribos de Israel, em Siquém, e exigiu que cada um escolhesse, de uma vez por todas, a quem servir (Js 24.1-15). Um verdadeiro avivamento segue-se a esse desafio, prosseguindo durante "todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito tempo depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.31).

O período de trezentos anos de liderança dos juízes mostra os israelitas, de quando em quando, traindo o Senhor e servindo a outros deuses. O juízo de Deus é inevitável. Então, após longos anos de opressão, o povo se arrepende e clama ao Senhor (Jz 3.9,15; 4.3; 6.6,7; 10.10). Em cada ocasião Deus responde as orações, enviando-lhes um libertador que liberta o povo na vitória contra os inimigos. Um dos maiores movimentos avivalistas aparece no final desse período, sob a direção de Samuel (I Sm 7.1-17).

Tempos de renovação ocorreram periodicamente no período dos reis. A marcha de Davi, entrando com a arca em Jerusalém, possuem muitos ingredientes de um avivamento (2 Sm 6.12-23). A dedicação do templo, no início do reinado de Salomão, é outro grande exemplo (I Rs 8). O avivamento também chega a Judá nos dias de Asa (I Rs 15.9-15). E Josafá, outro rei de Judá, lidera uma reforma (I Rs 22.41-50), bem como o sacerdote Joiada (2 Rs 11.4-12.16). Outro poderoso despertamento é vivenciado na terra sob a liderança do rei Ezequias (2 Rs 18.1-8). Por fim, a descoberta do livro da lei, durante o reinado de Josias, dá início a um dos maiores avivamentos registrados na Bíblia (2 Rs 22,23; 2 Cr 34,35).

Ainda, sob a liderança de Zorobabel e Jesua, outra vez começa a reacender um novo avivamento (Ed 1.1-4.24). Tendo as intimidações dos inimigos induzido os judeus a interromperem a reconstrução do templo, os profetas Ageu e Zacarias entraram em cena para instigar o povo a prosseguir (Ed 5.1-6.22; Ag 1.1-2.23; Zc 1.1-21; 8.1-23). Setenta e cinco anos depois, com a chegada de outra expedição liderada por Esdras, novas reformas são iniciadas em Jerusalém, dando-se mais atenção à lei (Ed 7.1-10.44). O avivamento alcança o auge poucos anos depois, quando Neemias se apresenta para completar a construção dos muros de Jerusalém e estabelecer um governo teocrático (Ne 1.1-13.31).

Uma oração por avivamento e a promessa de sua ocorrência encontramos também em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias 4.

No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é batizado por João Batista. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At 1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugura o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). "Marca-se, assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus trabalhara na preparação desse dia – o dia em que a Igreja, discipulada por intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição, sairia em seu nome a proclamar o Evangelho ‘até os confins da terra’ (At 1.8)" (14).

O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, dentre outros.

Eu creio que este é o tempo que Deus está movendo como um "fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida cristã de obediência à sua Palavra para vermos em nossos dias um avivamento...

Fonte: ieadblu.com

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Apascentando ovelhas ou entretendo bodes?

C.H. Spurgeon


Um mal acontece no arraial professo do Senhor, tão flagrante na sua impudência, que até o menos perspicaz dificilmente falharia em notá-lo. Este mal evoluiu numa proporção anormal, mesmo para o erro, no decurso de alguns anos. Ele tem agido como fermento até que a massa toda levede. 


O demônio raramente fez algo tão engenhoso, quanto insinuar à Igreja que parte da sua missão é prover entretenimento para o povo, visando alcançá-los. De anunciar em alta voz, como fizeram os puritanos, a Igreja, gradualmente, baixou o tom do seu testemunho e também tolerou e desculpou as leviandades da época. Depois, ela as consentiu em suas fronteiras. Agora, ela as adota sob o pretexto de alcançar as massas.


Meu primeiro argumento é que prover entretenimento ao povo, em nenhum lugar das Escrituras, é mencionado como uma função da Igreja. Se fosse obrigação da Igreja, porque Cristo não falaria dele? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Lc.16:15). Isto é suficientemente claro. Assim também seria, se Ele adicionasse "e provejam divertimento para aqueles que não tem prazer no evangelho". Tais palavras, entretanto, não são encontradas. Nem parecem ocorrer-Lhe.


Em outra passagem encontramos: "E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres"(Ef.4:11). Onde entram os animadores? O Espírito Santo silencia, no que se refere a eles. Os profetas foram perseguidos por agradar as pessoas ou por oporem-se a elas?


Em segundo lugar, prover distração está em direto antagonismo ao ensino e vida de Cristo e seus apóstolos. Qual era a posição da Igreja para com o mundo? "Vós sois o sal da terra" (Mt.5:13), não o doce açúcar – algo que o mundo irá cuspir, não engolir. Curta e pungente foi a expressão: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos"(Mt.8:22). Que seriedade impressionante!


Cristo poderia ter sido mais popular, se tivesse introduzido mais brilho e elementos agradáveis a sua missão, quando as pessoas O deixaram por causa da natureza inquiridora do seu ensino. Porém, eu não O escuto dizer: "Corre atrás deste povo Pedro, e diga-lhes que teremos um estilo diferente de culto 


amanhã; algo curto e atrativo, com uma pregação bem pequena. Teremos uma noite agradável para eles. Diga-lhes que, por certo, gostarão. Seja rápido, Pedro, nós devemos alcançá-los de qualquer jeito!"


Jesus compadeceu-se dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca pretendeu entretê-los.
Em vão as epístolas serão examinadas com o objetivo de achar nelas qualquer traço do evangelho do deleite. A mensagem que elas contêm é: "Saia, afaste-se, mantenha-se afastado!"


Eles tinham enorme confiança no evangelho e não empregavam outra arma.
Depois que Pedro e João foram presos por pregar o evangelho, a Igreja reuniu-se em oração, mas não oraram: "Senhor, permite-nos que pelo sábio e judicioso uso da recreação inocente, possamos mostrar a este povo quão felizes nós somos". Dispersados pela perseguição, eles iam por todo mundo pregando o evangelho. Eles "viraram o mundo de cabeça para baixo". Esta é a única diferença! Senhor, limpe a tua Igreja de toda futilidade e entulho que o diabo impôs sobre ela e traze-a de volta aos métodos apostólicos.


Por fim, a missão do entretenimento falha em realizar o objetivo a que se propõe. Ela produz destruição entre os jovens convertidos. Permitam que os negligentes e zombadores, que agradecem a Deus porque a Igreja os recebeu no meio do caminho, falem e testifiquem! Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o bebado para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de promover entretenimento não produz convertidos verdadeiros.


O que os pastores precisam hoje, é crer no conhecimento aliado a espiritualidade sincera; um jorrando do outro, como fruto da raiz. Necessitam de doutrina bíblica, de tal forma entendida e experimentada, que ponham os homens em chamas.
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