Qual o padrão bíblico de avivamento? Os avivamentos bíblicos oferecem alguma coordenada para a renovação da igreja hoje?
Estas são algumas das perguntas que procuraremos responder no decorrer desse texto.
O significado bíblico do termo "Avivamento":
No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa.
O verbo "avivar", em suas várias formas, é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos são as orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6), e da oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso ou no meio dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).
No Novo Testamento:
Temos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. Que São: ‘egeíro, ‘anastáso, ‘anázoe e ‘anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. ‘anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. ‘anaphállo em Fp 4.10).
No Novo Testamento grego as palavras aparecem no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma possível explicação para tão poucas vezes aparecerem os termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo vive apenas uma geração, durante a qual a Igreja desfrutou, na maior parte do tempo, uma vida espiritual quase que igual.
O que não é avivamento.
Antes de falarmos sobre avivamento bíblico, propriamente dito, eu acho ser de grande valia falar-mos, um pouco sobre, o que não é o padrão teológico de avivamento.
Avivamento não é um programa agendado pela igreja. (tal dia o fulano de tal virá avivar a nossa igreja)
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamentos. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode caminhar em direção a esse vento.
A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho. O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem oração da igreja, o fogo de Deus não descerá. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é soberano.
Avivamento não é mudança doutrinária.
Cometem engano aqueles que querem deixar de fora a teologia bíblica e desprezar o ensino na busca do avivamento. Desprezar o ensino é destruir os alicerces da vida cristã. Desprezar o ensino é querer levantar uma construção sem o fundamento à base. Desprezar o ensino é querer por um corpo de pé e em movimento sem os ossos.
Não há vida avivada sem conhecimento de Deus. O ensino é à base da ética. A teologia é mãe da ética. "Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é" (Pv 23.7).
Vida sem disciplina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar embasado nas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro dos ditames da Bíblia e não dentro das revelações subjetivistas, muitas vezes feitas na carne.
Avivamento não é mudança litúrgica apenas.
Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental. Louvor não é encenação. Não é ritualismo. Não é emocionalismo. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é pululância, e dança apenas. Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. A Bíblia ordena levantar mãos santas ao Senhor, num gesto de rendição e entrega. Louvor em que à pessoa apenas pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvor que apenas diz coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor.
Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor: "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras" (Am 5.23).
Existem por aí os show-men, os animadores, das músicas por um ritmo que às vezes provoca a sensualidade. O louvor que agrada a Deus precisa ser em espírito e em verdade. O louvor precisa ser bíblico, senão é fogo estranho. Davi, no Salmo 40, versículo 3, fala-nos sobre louvor que agrada a Deus: "E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão estas coisa, temerão e confiarão no Senhor". Primeiro, vemos a origem deste cântico: "E me pôs nos lábios". Este louvor vem de Deus e não do homem. Segundo, vemos a natureza deste cântico: "E me pôs nos lábios um novo cântico". Não é um novo de edição, mas novo de natureza. É um cântico que expressa o testemunho uma nova vida, liberta do tremendal de lama (v2). Terceiro, vemos o objetivo deste cântico: "... Um hino de louvor ao nosso Deus". Este cântico não é para entreter ou agradar o gosto e preferência das pessoas. Este cântico vem de Deus e volta para Deus. Deus é o seu alfa e o seu ômega. Quarto vemos o resultado deste cântico: "Muitos verão estas coisas, temerão e confiarão no Senhor". O louvor bíblico leva as pessoas a temerem a Deus, a confiarem em Deus. O verdadeiro louvor leva as pessoas a se voltarem para Deus.
O louvor não é um espaço da liturgia. Louvor é a totalidade da vida. "Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios" (Sl 34.1).
À luz destas coisas, é preciso dizer que avivamento não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura adorador.
É preciso dizer que, embora o avivamento não seja mudança de liturgia, todo avivamento mexe com a liturgia. O avivamento acaba com a liturgia ritualista, cerimonialista, formalista, fria e morta e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há liberdade do Espírito, sem abandonar a ordem e a decência. Em épocas de avivamento, a liturgia é dinâmica e o povo com alegria e liberdade do Espírito adora a Deus, em espírito e em verdade, sem regras rígidas pré-estabelecidas. Cada culto é um acontecimento singular, novo, onde há abertura para o que Deus deseja fazer com o seu povo. Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo avivamento muda a liturgia, tornando-a bíblica, alegre, ungida, dirigida pelo Espírito de Deus.
Avivamento não é uma ênfase carismática.
Muitas pessoas estão limitando o avivamento a milagres, curas e exorcismos e até espiritismo, sem observarem a abrangência da doutrina pneumatológica. Este é um sério perigo. Toda vez que super-enfatizamos uma verdade em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta verdade.
Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão. Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o que Ele pode e o que Ele não pode fazer. Ninguém pode por obstáculo nem ensinar-lhe qualquer coisa. Ele faz tudo quanto Ele quer, como quer, onde quer, quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). Ele não obedece à agenda dos homens. Ele não se deixa pressionar. Ele é livre.
Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A corrida não deve ser atrás de sinais e sim atrás de santidade. Há mais empolgação com milagres do que com vida cheia do Espírito.
Avivamento não é um calor carismático. Uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. Avivamento não é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelo fruto do Espírito.
A igreja de Corinto possuía todos os dons, no entanto, era uma igreja sem maturidade espiritual. Naquela igreja profundamente carismática, havia divisões, cismas, brigas, partidos, contendas, imoralidade e irmãos levando outros irmãos aos tribunais. Havia falta de compreensão acerca da liberdade cristã. Naquela igreja a ceia do Senhor estava sendo uma bagunça, os dons estavam sendo usados erradamente, ou seja, não tinha fruto.
É verdade que, em épocas de avivamento, os dons são buscados e exercidos para a glória de Deus e a edificação da igreja, mas a ênfase carismática não é sinal de avivamento.
Avivamento não é modismo.
Muitos crentes, por desconhecimento, se posicionam contra o avivamento porque acham que ele é a mais nova onda da igreja. Acham que avivamento é uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.
Certamente, aqueles que assim pensam não estudam com critério a Bíblia nem a história da igreja. Os pontos culminantes da igreja aconteceram em épocas de avivamento. Desde o Antigo Testamento que esta é uma verdade incontestável. É só olhar para os grandes despertamentos na época de Ezequias, de Josias e de Neemias. É só ver o grande avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. É só ver o que Deus fez na Reforma do Século XVI, na Inglaterra, no século XVIII e em outros grandes avivamentos da história. Certamente, avivamento não é uma onda, não é um modismo e falar em línguas. Ele possui firmes bases históricas. Ele é nossa herança e nosso legado e deve continuar sendo nossa aspiração e nossa busca constante.
Avivamento não é uma visão dicotomizada da vida.
Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento, saem da realidade e enclausuram-se de uma espiritualidade isolada. Tornam-se tão "espirituais" que já não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazendo da vida uma fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do mal. Dividem a vida entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e espírito. Acham que Deus está interessado apenas na sua alma. Acham que Deus só olha para a vida de trabalho na igreja, sem observar os negócios, a família, o trabalho, os estudos e a vida do dia-a-dia com o mesmo interesse.
Esta não é a visão bíblica nem a visão do verdadeiro avivamento. Tudo em nossa vida deve ser sagrado. Toda a nossa vida é cúltica. Todo o nosso viver é litúrgico. O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo em que pregou sobre avivamento. Finney pregou contra a escravidão nos EUA no século passado ao mesmo tempo em que foi o maior avivalista do seu país. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento sempre traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao enfrentamento.
O Padrão Bíblico de Avivamento:
Podemos definir o avivamento bíblico em dois sentidos distintos:
O sentido estrito de avivamento.
Estritamente falando, avivamento é algo que acontece unicamente no meio do povo de Deus. O Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja sonolenta. É revitalização onde já existe vida. Ou, é “o retorno de algo a seu verdadeiro propósito”.
Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.
O sentido amplo de avivamento.
Como a própria expressão define, neste sentido não apenas a igreja, mas a sociedade não-cristã também é beneficiada pelo avivamento. Isto acontece porque, além da atuação soberana do Espírito Santo no mundo, na igreja passa a existir uma conscientização profunda de sua missão; isto é, a missão integral de servir o mundo evangelística e socialmente. No avivamento a igreja vive a missão para a qual foi chamada.
Em suma, as duas características principais do avivamento são 1- o extraordinário fortalecimento da igreja e 2- a conversão de multidões que até o momento estiveram fora dela na e no pecado.
Avivamento e a Bíblia.
O padrão bíblico de avivamento é a Bíblia.
Por mais simplista que seja esta declaração pareça ser, ela é autêntica. Estamos falando do único padrão inerrante de avivamento: a Bíblia.
Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. As relações entre a Bíblia e o avivamento são tão ligadas que é impossível um avivamento de verdade sem que a Bíblia faça parte dele.
Além disso, numa época de tantos extremos como este em que vivemos, é fundamental o equilíbrio que só a Bíblia oferece. Sabemos que existem desde aqueles que vêem toda e qualquer manifestação entusiástica como avivamento, até àqueles que não vêem nada, ou quando muitos acham que avivamento é a mais nova onda do momento, coisa moderna, uma inovação humana sem respaldo bíblico. É necessário, mais do que nunca, recorrermos à lei e ao testemunho.
Voltando ao lugar da Bíblia no avivamento, é importante salientar que ela foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia. Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia. Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo convencional.
O padrão bíblico de avivamento está na Bíblia.
Os primórdios do avivamento bíblico aparecem em Gênesis. Segundo Coleman, o que se pode chamar de "o grande despertamento geral" ocorreu nos dias de Sete, pouco depois do nascimento de seu filho Enos: "Então se começou a invocar o nome do Senhor" (Gn 4.26) (12). O nome Enos quer dizer fraco ou doente. O que é deveras significativo. Considerando o assassinato de Abel (Gn 3.9-15) e o aparecimento cada vez mais forte de doenças na raça humana, o nome Enos era bastante adequado. "É provável que fosse um reflexo da consciência da depravação humana e da necessidade da graça divina" (13). À parte desta indicação não existe nenhum outro relato de avivamento no princípio da história da raça humana. O relato subseqüente do dilúvio ilustra de modo dramático o que acontece com um povo que não se arrepende de seus pecados.
Depois temos os patriarcas que por vários séculos lideraram o povo de Deus. Sempre que a vitalidade espiritual do povo se desvanecia, eles agiam como a força que promovia novo vigor. O breve avivamento na casa de Jacó é um bom exemplo disso (Gn 35.1-15). Mais tarde, sob a liderança de Moisés, há períodos empolgantes de refrigério, especialmente nos acontecimentos ligados à primeira páscoa (Ex 12.21-28), na outorga da lei do Senhor no Sinai (Ex 19.1-25; 24.1-8; 32.1-35.29) e no levantamento da serpente de bronze no monte Hor (Nm 21.4-9).
No tempo de Josué um despertamento espiritual predominou em suas campanhas, como na travessia do rio Jordão (Js 3.1-5.12) e na conquista de Ai (Js 7.1-8.35). Mas quando terminaram as guerras e o povo se assentou para desfrutar os despojos da vitória, uma apatia espiritual se apoderou da nação. Sabendo que seu povo estava dividido, Josué reuniu as tribos de Israel, em Siquém, e exigiu que cada um escolhesse, de uma vez por todas, a quem servir (Js 24.1-15). Um verdadeiro avivamento segue-se a esse desafio, prosseguindo durante "todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito tempo depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.31).
O período de trezentos anos de liderança dos juízes mostra os israelitas, de quando em quando, traindo o Senhor e servindo a outros deuses. O juízo de Deus é inevitável. Então, após longos anos de opressão, o povo se arrepende e clama ao Senhor (Jz 3.9,15; 4.3; 6.6,7; 10.10). Em cada ocasião Deus responde as orações, enviando-lhes um libertador que liberta o povo na vitória contra os inimigos. Um dos maiores movimentos avivalistas aparece no final desse período, sob a direção de Samuel (I Sm 7.1-17).
Tempos de renovação ocorreram periodicamente no período dos reis. A marcha de Davi, entrando com a arca em Jerusalém, possuem muitos ingredientes de um avivamento (2 Sm 6.12-23). A dedicação do templo, no início do reinado de Salomão, é outro grande exemplo (I Rs 8). O avivamento também chega a Judá nos dias de Asa (I Rs 15.9-15). E Josafá, outro rei de Judá, lidera uma reforma (I Rs 22.41-50), bem como o sacerdote Joiada (2 Rs 11.4-12.16). Outro poderoso despertamento é vivenciado na terra sob a liderança do rei Ezequias (2 Rs 18.1-8). Por fim, a descoberta do livro da lei, durante o reinado de Josias, dá início a um dos maiores avivamentos registrados na Bíblia (2 Rs 22,23; 2 Cr 34,35).
Ainda, sob a liderança de Zorobabel e Jesua, outra vez começa a reacender um novo avivamento (Ed 1.1-4.24). Tendo as intimidações dos inimigos induzido os judeus a interromperem a reconstrução do templo, os profetas Ageu e Zacarias entraram em cena para instigar o povo a prosseguir (Ed 5.1-6.22; Ag 1.1-2.23; Zc 1.1-21; 8.1-23). Setenta e cinco anos depois, com a chegada de outra expedição liderada por Esdras, novas reformas são iniciadas em Jerusalém, dando-se mais atenção à lei (Ed 7.1-10.44). O avivamento alcança o auge poucos anos depois, quando Neemias se apresenta para completar a construção dos muros de Jerusalém e estabelecer um governo teocrático (Ne 1.1-13.31).
Uma oração por avivamento e a promessa de sua ocorrência encontramos também em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias 4.
No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é batizado por João Batista. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At 1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugura o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). "Marca-se, assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus trabalhara na preparação desse dia – o dia em que a Igreja, discipulada por intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição, sairia em seu nome a proclamar o Evangelho ‘até os confins da terra’ (At 1.8)" (14).
O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, dentre outros.
Eu creio que este é o tempo que Deus está movendo como um "fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida cristã de obediência à sua Palavra para vermos em nossos dias um avivamento...
Fonte: ieadblu.com